Globalmente, a China continua se destacando como principal consumidor de carne suína, enquanto na América Latina, o México ocupou a primeira posição com aproximadamente 23 kg/hab.
Os cinco maiores consumidores em 2022
O maior consumidor de carne suína em 2022 foi a China, com aproximadamente 43,3 kg/hab, resultado do consumo médio de suas regiões econômicas especiais: Hong Kong (46,7 kg/hab), Macau (43,3 kg/hab) e China Continental (40,0 kg/hab). Embora tenha sido observada uma queda de 11,4% em relação à estimativa para 2021 (48,9 kg/hab), para este 2023 é esperada uma recuperação neste indicador, que chegaria a 48,3 kg/hab.

Gráfico 1: Os cinco principais países consumidores de carne suína em 2022 e seu número de habitantes. Elaborado pelo Departamento de Economia e Inteligência de Mercado da 333 com dados da FAS - USDA e Banco Mundial.
A Bielorrússia ocupou a segunda posição mundial, com uma estimativa de 41,7 Kg/hab para 2022 e 41,2 Kg/hab para 2023, o que se refere a uma queda de 1,1% para este ano. A União Europeia manteve-se como o terceiro consumidor com 41,3 Kg/habitante em 2022, enquanto a Coreia do Sul e os Estados Unidos ocuparam a quarta e quinta posições com 39,9 e 29,8 Kg/habitante, respectivamente.
Consumo per capita na América Latina em 2022
O México foi o principal consumidor de carne suína da Região em 2022 com 23,03 Kg/Hab. Em segundo e terceiro lugar temos Uruguai e Chile com consumo de 20,5 e 19,9 Kg/Hab respectivamente, seguidos de Brasil e Panamá, que ocuparam o quarto e quinto lugar com 19,5 e 17,5 Kg/Hab respectivamente.

Gráfico 2: Consumidores de carne suína na América Latina em 2022 e seu número de habitantes. Elaborado pelo Departamento de Economia e Inteligência de Mercado da 333 com dados da FAS - USDA e Banco Mundial.
Em relação às projeções para este 2023, espera-se um crescimento geral em torno de 4% em relação a 2022, com exceção da República Dominicana, cujo indicador cairia 0,9%, atingindo 12,8 Kg/Hab.
O que contribuiu para o aumento do consumo per capita na América Latina?
Talvez um dos aspectos fundamentais a ter em conta na análise dos resultados do consumo per capita de carne suína nos últimos anos tenha a ver com a menor procura de importações de carne suína da China e de outros países do Sudeste Asiático, o que praticamente reconfigurou os fluxos comerciais internacionais de carne suína e indiretamente acabou favorecendo e posicionando o consumo na América Latina.
De fato, o desejo de grandes exportadores, como os Estados Unidos, de encontrar mercados substitutos, trouxe uma oferta abundante e com preços bastante competitivos ao mercado sul-americano, cuja demanda crescia à medida que outras proteínas animais, como carne bovina e frango, apresentavam altas em seus preços como resultado da inflação generalizada. Precisamente, ao analisar o crescimento médio por continente, verificamos que a América foi o único que cresceu em 2022 com cerca de 3%, enquanto a Ásia e a Europa apresentaram quedas no seu consumo per capita da ordem de 2,4 e 2,5% respetivamente, o que poderia ratificar o efeito da queda das importações asiáticas sobre os fluxos de comércio internacional.

Tabela 1: Evolução do consumo per capita nos principais países e estimativas para 2022 e 2023.




Elaborado pelo Departamento de Economia e Inteligência de Mercado da 333 com dados de: México 2010 - 2020: Comecarne.org; Colômbia 2010 - 2022: Porco Colômbia; Peru 2010 - 2020: MINAGRI; Argentina 2010 - 2022: MAGyP; Costa Rica 2014 - 2021: SIM - 2022: CAPORC; Panamá 2016 - 2020: ANAPOR; Paraguai 2010 - 2020: APPC; Brasil 2010 - 2020: ABPA ; Chile 2010 - 2021: ASPROCER e outros países e anos: USDA e Banco Mundial.
Os resultados das estimativas permitem vislumbrar como o consumo per capita de carne suína se sustenta e tende a crescer, apesar das dificuldades que o setor suíno e a economia em geral têm enfrentado nos últimos 4 anos.